“Estamos pagando um preço muito alto e acho que teremos problemas sérios. E como exportador te digo: as coisas estão apertando cada vez mais”, diz ex-ministro. Para ele, declarações de Bolsonaro na área ambiental podem comprometer conquistas do setor
Por seis meses “afastado voluntariamente” da política e dos negócios da Amaggi, maior trading do agronegócio de capital nacional da qual é acionista, o ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi afirma que o discurso “agressivo” do governo Jair Bolsonaro na área ambiental tem combustível suficiente para cancelar o acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia, anunciado em 28 de junho. Blairo disse ao Valor que a “confusão” que a retórica de Bolsonaro e seu estafe vêm disseminando na comunidade internacional, se não for contida, levarão o agronegócio brasileiro à “estaca zero”, após anos de esforço para imprimir o ambiente como marca dos alimentos vendidos no mercado externo.
E, ainda que não chegue ao ponto de jogar fora uma negociação que durou 20 anos, na leitura de Blairo a insatisfação do bloco europeu com o Brasil neste momento, sobretudo vinda da França, é tão grande que, no mínimo, pode atrasar mais ainda a entrada em vigor do acordo, bem mais do que os dois anos previstos para que seja ratificado pelo Parlamento de todos os países-membros dos dois blocos. “Temos uma relação muito complicada com a Europa e podemos ter mais fechamentos de mercado. Não duvido nada que a gritaria geral que a Europa está fazendo seja para não fazer o acordo”, admitiu Blairo. “Estamos pagando um preço muito alto e acho que teremos problemas sérios. E como exportador te digo: as coisas estão apertando cada vez mais”.
Leia na íntegra: Valor Econômico